Um conterrâneo ilustre - Parte II
Dando sequência...
Por Aderbal C. Barbosa
Tobias Barreto, já senhor da língua latina, submete-se a um concurso em Maruim, saindo-se brilhantemente. Faz a seguir outro concurso em Aracaju para a vaga da cadeira de Latim em Itabaiana, ocasião em que deixou seus examinadores profundamente impressionados com o seu precoce talento. Tinhe ele apenas dezessete anos. Conquistando vitória, conseguiu sua tão sonhada nomeação. Vai lecionar em Itabaiana, ali passando três anos, os mais felizes de sua vida. Obtendo uma licença de seis anos, para estudar em qualquer província do Império, resolve ir para Salvador, onde é aluno do teólogo e orador sacro frei Itaparica. Na capital baiana, em visitas constantes à Biblioteca Pública, entra em contato com o renomado romancista Victor Hugo, de quem se torna fervoroso admirador e sob cuja influência introduz no Brasil o condoreirismo, juntamente com o conhecido e festejado poeta Castro Alves.
Em Salvador, onde passou pouco tempo, decide estudar Direito. Segue então para o Recife, matriculando-se na Faculdade em 1864, convertendo-se logo num dos líderes dos estudantes. Ministra aulas particulares com o fito de custear os seus estudos. Trava nesse movimentado período estudantil, no tradicional Teatro Santa Isabel, acirrada polêmica com Castro Alves, antes seu amigo, por causa das atrizes Adelaide do Amaral e Eugênia Câmara. Tobias Barreto enaltecia Adelaide do Amaral. Castro Alves exaltava Eugênia Câmara. Foi uma luta de titãs. Esse sensacional debate empolgou a mocidade acadêmica, que vibrou de entusiasmo, aplaudindo freneticamente os dois pontífices da poesia hugorana em nosso país.
Texto retirado do livro Fragmentos Esparsos, p. 56-57.
______________